<h2 style=”text-align: center;”>Mostra Quatro Universos por de InterStudio Graphic</h2>
Quatro Universos foi o nome escolhido pelas artistas do InterSudio Graphic, Maria Leonor Décourt, Evany Cardoso, Angela Rolim e Lea Soibelman, para sua próxima mostra. Acostumadas a promoverem exposições de intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros, desta vez se apresentam sozinhas.
Cada qual com uma linguagem particular, elas irão ocupar as três salas da Graphias Casa da Gravura. Nas duas salas maiores, ficarão os trabalhos feitos especialmente para o evento, enquanto que na pequena, serão exibidos os quatro álbuns de gravuras, editados pelo InterStudio Graphic nestes quatro anos de existência.
Em Partitura para Metais, Maria Leonor Décourt traça um paralelo entre música e a gravura em metal, seu principal meio de expressão. Leonor identifica algumas semelhanças básicas entre as duas áreas.Partitura e matriz são registros de uma composição. Não dependem de tempo-espaço e não têm necessidade de serem reproduzidas por seus autores. Interpretação: Intérprete e impressor conseguem personalizar uma obra, dependendo da carga emocional e intenção desejada, no momento de sua apresentação. Com base nas semelhanças observadas, Partitura para Metais intensifica essa correspondência, criando composições a partir de imagens gráficas. Fazendo uma analogia com as notas musicais, quatro placas de metal gravadas são combinadas entre si formando inúmeras composições. Também será apresentado o livro de artista Partitura para Metais, impresso por Helena Freddi.
Raios Umbrosos
Debruçada na identidade entre a luz e a sombra, Angela Rolim deparou-se com uma curiosa ambigüidade no conceito de projeção e propagação. Leonardo Da Vinci, em torno de 1490, desenvolveu uma teoria sobre os “raios umbrosos”. Se tomarmos a sombra original, resultado direto da incidência da fonte de luz sobre um objeto, a face oposta obscura e a sombra projetada teremos o trajeto da sombra. Neste conduíte, entre a sombra original (objeto gerador) e a sombra projetada é onde encontramos os “raios umbrosos”, os raios de sombra. É uma privação da luz tratada de forma viva, com diferentes qualidades e intensidades, dimensionando mutações, refletindo imagens em feixes de luz negra. Neste imaginário fenômeno de reflexão de ondas e dentro de uma consciente teoria falsa, a artista trabalha a dimensão desta ambigüidade.
Graphotáctil
Desde 1990 Léa Hasson Soibelman tem feito o papel em que imprime suas gravuras. Tendo assim o objetivo de torná-las manuseáveis e tácteis, sem necessidade de molduras; elas podem ser impressas em papeis feitos pela artista de formas e espessura diferentes.
Trabalhando somente com papel e gravura em metal, Léa alcançou uma expressão que lhe permitiu colocar a gravura em 3D. Ela criou assim, um novo conceito, que chama de “Graphotáctil”. Tornou-se um desafio realizar um trabalho de natureza manual, diante de tantos materiais industriais que tentam os artistas, assim como o computador e o vídeo. Segundo Léa, por quaisquer que sejam os meios podemos reinventar a arte. A palavra Graphotáctil diz tudo. As gravuras continuam múltiplas, podendo se repetir, porém em novos formatos, criando uma situação diferente de repetição.
Pedras sobre Pedras
A “materialidade neutra das pedras” é o elemento, por excelência, que inspira e dá existência aos trabalhos de Evany Cardoso. Por esta razão e por mais paradoxal que pareça, a artista explora a técnica da serigrafia, pois é aqui (na serigrafia) que ela encontra a possibilidade de trabalhar e construir a mineralidade das suas cores.
Assim podemos dizer que Evany recria as pedras porque seus trabalhos são feitos de pedras: pedras sobre pedras.
Graphias Casa da Gravura é uma das mais novas galerias de arte da cidade de São Paulo. Os proprietários Mauro Vaz e a artista gravadora Salete Mulin , dirigem o espaço especializado em gravura e papel.